quinta-feira, 13 de maio de 2010
UFANISMO EVANGÉLICO
Acho que o futebol será um tema recorrente neste blog. Talvez o futebol não seja propriamente o tema, mas o pano de fundo para muitos temas. É o caso deste post. O Jornal O GLOBO de hoje, traz ao pé da primeira página a manchete: Ufanismo evangélico. Tal manchete, é a chamada para uma reportagem sobre o Jorginho: auxiliar do técnico Dunga e líder doa Atletas de Cristo. É que durante a entrevista coletiva, após a divulgação da lista dos convocados para a Copa, o Jorginho fez uma intervenção exaltada criticando o negativismo da imprensa e conclamando todos a torcer pela seleção que “é o nosso país, a nossa pátria”. Curiosamente, parece que o Jorginho, em momento algum, vinculou sua fala ao fato de ser evangélico. Ele não disse, por exemplo: “Vamos ganhar a Copa, pois Jesus está do nosso lado!” ou pior: “Além de brasileiro, Deus é evangélico, e nós vamos vencer!” Ainda que ele fizesse uma aberração dessas, a manchete do jornal seria tendenciosa e preconceituosa, pois o jornal não dá este mesmo tratamento a outros grupos religiosos. Tudo que é passível de crítica, pela ótica da imprensa, ganha contornos mais fortes, quando praticado por evangélicos. Na edição de ontem, do mesmo jornal, enxovalharam o Dunga, mas pouparam sua fé e as pessoas que praticam a mesma fé. Em 2005, o juiz Edílson Pereira de Carvalho, foi o personagem central da chamada “Máfia do Apito”, que depois de investigada, teve como resultado a anulação de 11 jogos do Campeonato Brasileiro. Pois o larápio Edilson era sempre filmado pela televisão, beijando ostensivamente uns santinhos antes do início das partidas. Quando estourou o escândalo da manipulação de resultados, nenhum jornal estampou a manchete: “ROUBALHEIRA CATÓLICA!” Seria um absurdo se isso acontecesse. O fato de um católico proceder mal não pode comprometer todos os católicos. Em 2001, o jornal O GLOBO denunciou José de Paiva Netto, presidente da LBV (Legião da Boa Vontade), por uso particular do dinheiro doado à instituição para auxílio aos pobres. Nenhuma das acusações foi comprovada e a justiça arquivou os processos. Embora as acusações tenham sido levianas, pelo menos, o jornal “O GLOBO” poupou os seguidores da fé espírita de manchetes e afirmações generalizadoras. Agora, imaginem só por um minuto, as manchetes do GLOBO, se o Juiz Edílson Pereira de Carvalho ou o José de Paiva Netto fossem evangélicos.
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